O Submundo da economia de Belém

O Brasil passa por uma crise econômica, a qual muitos sentem no bolso através dos impostos altíssimos. Porém em Belém, aparentemente, a crise passa ao largo.
Basta um passeio pelas principais vias da cidade para perceber que o padrão de consumo de uma parcela significativa da população cresceu bastante, apesar da realidade brasileira.
Uma grande frota de carros blindados de Primeiro Mundo - rodando em ruas de Terceiro Mundo -, dezenas de prédios de alto padrão em construção e diversas lojas de artigos de luxo, contrastam com uma infraestrutura precária, que não consegue acompanhar a demanda da população, e um baixo IDHM (Índice de Desenvolvimento Humano Municipal), onde ocupa 628ª posição no ranking nacional.
E por que a demanda destes bolsões de consumo cresce se a cidade é pobre de infraestrutura e investimentos públicos?
Este descompasso deve-se, além da omissão do Poder público, ao volume da economia ilegal de Belém, aquela que não aparece nos números oficiais, proveniente de negócios ilícitos - corrupção, lavagem de dinheiro, narcotráfico, etc - mas que movimenta enormes montantes de dinheiro "por baixo dos panos" e criam uma rede paralela. A economia formal é apenas a ponta do iceberg.
Esta economia ilegal apesar de ser considerada paralela, está plenamente integrada ao sistema legalmente reconhecido, que inclusive a auxilia para que a mesma não deixe de existir.
Pela sua grandiosidade, este submundo econômico da capital paraense merecia vir à tona, ser analisado e se tornar suscetível a uma intervenção do poder público.

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