Após ter os bens bloqueados pela justiça, senador Mário Couto investe contra o juiz Elder Lisboa
Ao ter seus bens indisponibilizados, no rastro das investigações do Ministério Público Estadual sobre as falcatruas registradas na Alepa, a Assembleia Legislativa do Pará, que presidiu de 2003 a 2007, o senador da República, Mário Couto, investiu contra o juiz Elder Lisboa, da 1ª Vara da Fazenda Pública de Belém. Em entrevista a O Liberal, publicada na edição deste domingo, 18, ele denuncia ter sido vítima de uma suposta tentativa de extorsão, que teria sido feita em nome do juiz Elder Lisboa da Costa. Segundo sua versão, Couto teria sido procurado por um advogado, Paulo Hermógenes, supostamente em nome do magistrado, propondo-lhe ser excluído da ação civil pública, juntamente com a sua filha, a deputada estadual Cilene Couto Marques, também do PSDB, em troca de R$ 400 mil, pagos em duas parcelas iguais.
O juiz Elder Lisboa garantiu que sequer conhece Paulo Hermógenes e pedirá ao MP para intimar o tal advogado a dizer o que se passa. E também irá requerer providências à OAB-PA e à Corregedoria do TJE-PA. A estratégia do senador, aparentemente, não intimidou o magistrado. “Este senhor, quando se vê envolvido com problemas na Justiça, parte para o contra-ataque. Isso é muito comum”, acrescentou o juiz Elder Lisboa, para então resumir a motivação de Couto: “O que ele pretende com isso é me afastar do processo. E ele vai fazer isso com os outros juízes que pegarem o processo.” O que chama atenção, é o senador priorizar a divulgação da sua versão na mídia, antes mesmo de acionar a polícia e as demais instâncias competentes.
Em razão do episódio, a Associação dos Magistrados do Estado do Pará - Amepa, divulgou uma nota de repúdio à atitude de Mário Couto e de solidariedade ao Juiz.
Fui aluno do juiz Elder Lisboa e sei que a reputação do magistrado é irretocável e suas sentenças ao longo de sua trajetória de 20 anos de carreira, são muito coerentes e revelam coragem e zelo com a coisa pública.
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