30 anos do Curro Velho


A Escola de Samba Crias do Curro Velho prepara seu tradicional desfile de carnaval pela ruas do bairro do Telégrafo. Neste ano o enredo faz homenagem aos 30 anos do Curro Velho.

O Núcleo de Oficinas Curro Velho é um espaço cultural, mantido pela Fundação Cultural do Estado do Pará, ligada à Secretaria de Estado de Cultura. Como diz o governo, na página oficial da fundação na internet, “o Curro Velho é um espaço voltado para um público de estudantes das escolas públicas, populações de baixa renda e comunidades tradicionais – quilombolas, indígenas, e ribeirinhas, e alcança em média 12.500 pessoas/ano, dispondo de vários espaços, tais como: a Biblioteca “Carmen Souza”, a Praça da Beira, um teatro de arena e uma lojinha de produtos oriundos das oficinas”.

As crianças e jovens que estudam no Curro Velho são chamadas, carinhosamente, de “cria”. Até mesmo os adultos que – por muitas vezes – descobriram na instituição um ofício e um fazer cultura, são chamados assim.

A então Fundação Curro Velho foi fundada em 1990, pelo ex-governador Hélio Gueiros, atendendo a pedidos dos moradores da comunidade da Vila Barca, sob administração da artista plástica Dina Oliveira. Hoje chamada de Núcleo de Oficinas Curro Velho, o espaço funciona nas dependências de um prédio histórico que foi primeiro matadouro da cidade, o Curro Público de Belém, construído e inaugurado pelo presidente da Província, Francisco Carlos Brusque, em 1861. Seu estilo é resultado da forte influência neoclássica sofrida pela arquitetura paraense, em meados do século passado, tendo como exemplos significativos o Teatro da Paz, o Mercado de São Brás e o Palácio Antônio Lemos.


O Curro Público de Belém forneceu carne de origem certa e sabida para a população durante 40 anos. Mas, no início do século, foi atropelado por novas técnicas de abate e pelo crescimento da cidade. Em 1905, o intendente Antônio Lemos inaugurou novo matadouro, na Vila de Pinheiros, hoje Icoaraci. O Curro Público ainda resistiu sete anos, sendo desativado em 1912. Dai em diante viveu longas temporadas de abandono, abrigou atividades insólitas, chegou a ser depósito de gás e de outros produtos químicos.
Somente em 1983 teve o reconhecimento de seu valor, quando foi tombado. Seis anos depois, foi restaurado para abrigar o projeto da Fundação Curro Velho. O Curro, que conviveu muitos anos com a morte, renasceu para recriar a vida.

Situado no bairro do Telégrafo, às margens da Baia de Guajará, possibilita um excelente aproveitamento do seu entorno, com áreas de convivência e lazer, além de seus espaços internos, adequados à instalação de oficinas, anfiteatro, biblioteca, loja, etc.

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