Chinatown ao tucupi


Com pouco ou nenhum alarde, o centro comercial de Belém, aos poucos, evidencia a presença de uma rede de contrabando com ligações internacionais, possivelmente com origem em organizações mafiosas chinesas. Pelo menos, 90% dos estabelecimentos administrados por chineses na área comercial revendem mercadorias contrabandeadas, que servem, inclusive, de ponto de distribuição para o mercado informal, segundo dados do Ministério Público do Estado.

Esta ocupação remonta há uma década. Os imóveis são armazéns, estacionamentos, prédios e salas comerciais nas imediações das ruas Manoel Barata, 13 de Maio, Frutuoso Guimarães, 15 de Novembro, Santo Antônio e 28 de Setembro, alugados e, muitas das vezes, comprados por "empresários" chineses. De forma explícita, o comércio informal se apresenta como principal receptor destes produtos, que, segundo a Polícia Federal, Receita Federal e Ministério Público, têm a rota do Suriname como principal via de entrada no continente, passando pela costa do Amapá e seguindo por uma malha fluvial capilarizada, tendo o município de Abaetetuba como principal entreposto distribuidor.

Em novembro passado, dois chineses, que não tiveram as identidades reveladas pela Polícia Civil, foram presos após aportarem com 35 toneladas de carregamento contrabandeado em um barco no porto da comunidade de Bacuriteua, localizada entre Ajuruteua e Bragança. Todo o material, que continha celulares, perfumes, acessórios, roupas e outros objetos, foi apreendido. O destino: Belém.

Segundo estudo recente da consultoria Euromonitor, o comércio ilegal é a segunda maior economia do mundo.
Falsificações, contrabando e venda ilegal respondem por 8% a 15% do PIB global, o equivalente ao PIB da China (mais de US$ 12 trilhões). Entram aí desde a venda de medicamentos vencidos até a falsificação de marcas famosas ou de bebida alcoólica.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Liminar suspende eleição na ATEP-PA

Eduardo Cunha: Pandora da República