O que esperar do mercado imobiliário pós-pandemia?


A primeira morte registrada em função do novo coronavírus no Brasil aconteceu dia 23 de janeiro de 2020, em Minas Gerais. A segunda, em 26 de fevereiro, em São Paulo. Em 11 de março, a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou a pandemia.

Em 17 de março, entramos em isolamento social. Mas, até 3 de junho, não havia como saber se já atingimos ou não o pico do contágio. Por isso, qualquer previsão de retorno à normalidade é mera conjectura.

Todavia, ainda que só retornemos ao pleno trabalho em 2021, as perspectivas para o mercado imobiliário são otimistas. O crescimento previsto para 2020, de mais de 20% em relação a 2019, foi estancado, mas não anulado.

Houve, na verdade, um adiamento. A demanda foi reprimida, mas continua latente. Assim que a economia voltar a funcionar, essa demanda explode. Só precisamos de boas condições macroeconômicas. Mas isso nós temos.

O Brasil é um país de dimensões continentais, com mais de 8,515 milhões de km² de território, classificado como a oitava economia global, com 2,93% do PIB mundial, entre 193 países soberanos, e cerca de 212 milhões de habitantes.

Temos um agronegócio poderoso, que produz quatro vezes o que consumimos. A nível mundial, estamos em segundo lugar no mundo em volume de alimentos exportados para 180 países, abaixo apenas dos EUA.

No Pará, maior economia do Norte do país e 5º maior exportador da nação, o estado registrou aumento considerável na atividade industrial em abril, na casa de 5%, enquanto o país amargava uma queda de 19%. Tudo puxado, principalmente, pela mineração. Em Belém, ao contrário de muitas capitais, apresentou, mesmo na crise, um crescimento na renda média – segundo dados do IBGE – em relação ao mesmo período de 2019.

De fato, a pandemia provocou reviravolta na economia mundial, e também no Brasil. A queda do nosso PIB em 2020 está estimada em cerca de 6%, podendo ser maior, já que no mundo a queda média poderá chegar a 9%.

A crise pandêmica é realmente diferente, inédita. Mas somos experts na superação de crises. Além do réis, moeda herdada de Portugal, desde 1942, com a implantação do cruzeiro, até 1994, com o real, tivemos oito moedas diferentes – cinco só entre as décadas de 80 e 90 – com hiperinflação acima de 1200%.

Hoje, temos uma demanda reprimida por imóveis. Ou seja, muitos deixaram de comprar por causa do isolamento social, não porque não podem.

Mas, assim como em 2005 (início do nosso boom imobiliário), quando veio à luz a grande demanda reprimida por falta de financiamentos, também será em 2021. Passada a pandemia, muitos voltarão a comprar. Os bancos afirmam que teremos financiamentos para todas as classes sociais.

O governo federal tem feito sua parte. Programas de apoio a grandes, médias e pequenas empresas e aos trabalhadores e profissionais autônomos já somam mais de R$ 700 bilhões.

Por outro lado, nunca na nossa história tivemos juros oficiais (Selic) de 3% ao ano, nem inflação tão baixa, na casa dos 2,2% ao ano. Hoje temos, inclusive, financiamento habitacional a juros fixos por até 30 anos. 

Só precisamos de trabalho e fé. E esta não nos falta.

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