Trump, o alumínio e o Pará
Segundo a Associação Brasileira do Alumínio (ABAL), as exportações de produtos de alumínio brasileiro aos Estados Unidos pagam sobretaxa desde o início de junho de 2018. De janeiro a outubro, 43% do que o setor de alumínio produziu para exportações foi destinado aos Estados Unidos.
O Brasil é o 2ª maior exportador de aço aos EUA e as vendas para lá representam 1/3 das exportações brasileiras do produto. Portanto, a sobretaxa anunciada pelo presidente americano tem potencial para causar sérios problemas ao setor.
O Pará, como já é de senso comum, tem uma grande expressão no cenário de exportação nacional. O estado ocupa a 5ª colocação no Ranking dos Estados que mais Exportam no Brasil em 2019. Segundo o Sindicato das Indústrias Minerais do Estado do Pará (Simineral) informou em seu boletim da economia mineral do Pará, só nos três primeiros meses do ano, 90% das exportações do Pará corresponderam às Indústrias de Mineração e Transformação Mineral. Os principais produtos exportados são Minério de Ferro, Cobre, Alumina, Manganês, Bauxita, Alumínio, Níquel, Caulim, Silício e Ouro.
No primeiro trimestre, nosso estado contribuiu com 100% das exportações de minério de cobre, 99% das exportações de minério de bauxita, 99% das exportações de minério de caulim, 98,5% das exportações de alumínio, 74% das exportações de minério de manganês, 49% das exportações de minério de ferro, 35% das exportações de alumina calcinada, 32% das exportações de minério de níquel, 17% das exportações de minério de silício, 5% das exportações de Ouro em barra e 4,5% das exportações de ferro gusa.
Apesar do anúncio de Trump gerar preocupação no setor, o alumínio bruto exportado pelo Pará, já havia apresentado uma queda no volume de exportações. Até outubro de 2019, representou 0,98% do total de exportações, uma diferença e tanto se compararmos com o ano anterior, quando representava 1,5% do total exportado pelo Pará. No ranking dos 10 produtos mais exportados pelo estado, ele ocupa a 9a posição.
Além disto, nosso principal comprador é a China, que vem travando uma disputa comercial com os EUA desde o começo de 2018, quando o presidente norte-americano, Donald Trump, fez o primeiro anúncio de tarifas impostas sobre produtos chineses. Desde então, foram feitas algumas tentativas de acordo, mas os rompimentos de tréguas com novos anúncios e ameaças de retaliações frustraram expectativas de solução.
A tendência é que os laços comerciais entre o gigante asiático e o Pará se estreitem cada vez mais, dada a postura independente que o estado adota na sua política de comércio internacional.
Como o governador Helder Barbalho mostra desde que assumiu o executivo do estado, é uma diretriz desta gestão a busca por parceiros comerciais que possam investir no Estado e, ao mesmo tempo, garantir a verticalização dos produtos oriundos das vocações naturais do Pará. E a China, por sua vez, não esconde o interesse na busca de oportunidades de investimentos que o país pode fazer no Pará, em áreas como infraestrutura, saneamento básico e mineração.
Para o Pará, a China é logo alí.
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