Disparada do preço: vai faltar carne para o churrasco
A questão mais importante é o aumento de exportações para a China, que foi atingida no final de 2018 pela peste africana — doença hemorrágica altamente contagiosa provocada por um vírus que só atinge porcos. Para suprir o consumo dos chineses, só este ano, o país já importou do Brasil 318.918 toneladas de carne bovina, 184.393 toneladas de carne suína, 448.833 toneladas de carne de frango, em transações que totalizaram mais de U$ 3 bilhões, segundo estatísticas de Comércio Exterior do Agronegócio Brasileiro (Agrostat).
Atualmente, há 100 estabelecimentos processadores de proteína animal no Brasil autorizados a exportar para a China. Dentre os últimos 25 habilitados, 4 são do Pará e têm embarcado semanalmente carne congelada, através de Vila do Conde.
Com a exportação maior, segundo dados da Bolsa de Gêneros Alimentícios do Estado do Rio (BGA), o preço da carne bovina no atacado brasileiro teve incremento de 40% nos últimos dois meses. A oferta de carne no mercado tornou-se muito baixa para os supermercadistas. O produtor tem preferido exportar porque os chineses estão pagando mais caro, refletindo diretamente no preço final.
O sócio-consultor da MB Agro, Alexandre Mendonça de Barros, acredita que o equilíbrio nos preços internos da carne bovina virá em janeiro. Segundo Barros, o cenário que se desenha é semelhante ao que ocorreu com a carne suína na China que, em dado momento, houve uma “explosão” de preços e o consumidor não tendo mais capacidade de pagamento, levou ao recuo nos valores praticados pelo mercado.
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