Nosso lixo é negócio da China


Dada a habilidade do Governo do Pará na busca de investimentos internacionais e sua aproximação com a China, com vistas no desenvolvimento econômico e, principalmente, de estratégias para potencializar nossa produção mineral, faz-se conveniente pôr em pauta a possibilidade de uma cooperação técnica para estudos de viabilidade de uma usina para geração de Energia a partir de resíduos oriundos de processos agrícolas (bagaço do açaí), florestais e resíduos municipais (lixo e esgoto), a biomassa, na Região Metropolitana de Belém.

A gestão de resíduos sólidos tornou-se um problema gravíssimo na Região. Tanto que, recenteme em junho deste ano, a Prefeitura de Belém decretou situação de emergência sanitária e ambiental em razão do problema da destinação do lixo, devido ao curto prazo, de menos de quatro meses, que restava para que os municípios de Belém, Ananindeua e Marituba encontrassem uma solução definitiva para a situação dos resíduos e pela ausência de outro local licenciado que possa receber o lixo, já que a Justiça decretou o encerramento do funcionamento do aterro sanitário de Marituba.

Além do que, não é segredo que a China tem tido muito interesse em investir na geração de energia a partir da conversão dos resíduos. Há mais de 300 usinas em operação no país atualmente. E, de acordo com análise feita pelo Conselho Mundial de Energia, converter lixo em bioenergia pode alcançar o valor de mercado aproximado de US$ 40 bilhões, até o ano de 2023.

Na China, está em construção a maior usina de produção de bioenergia a partir do lixo. A planta fica na cidade de Shenzhen, no sul do país, e tem a capacidade de processar cerca de 5 mil toneladas de resíduos por dia. A previsão é que a usina comece a operar ainda em 2020.

A nova instalação será capaz de transformar em energia um terço do lixo produzido diariamente pela população da região metropolitana de Shenzhen — onde vivem cerca de 20 milhões de habitantes, uma massa urbana equivalente à da Grande São Paulo.

A usina de Shenzhen irá capturar o calor gerado a partir da incineração de resíduos indesejados. Esse calor será usado para acionar uma turbina que gera eletricidade. Além disso, a planta também produzirá energia solar, já que possui cerca de 40 mil m² de painéis solares instalados em seu teto.

O Pará teria muito a ganhar com o Know-how e o rigor técnico de uma parceria sino-paraense neste campo.

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