Esquenta o clima entre o Prefeito de Belém e o Governador do Estado

Há exatos 366 dias para as Eleições municipais, acirram-se os ânimos entre a Prefeitura de Belém e o Governo do Estado. Nesta quinta-feira (3), o prefeito Zenaldo Coutinho usou suas redes sociais para criticar o governador Helder e o Hospital Abelardo Santos, recém entregue pelo governador, com atendimento de urgência e emergência em obstetrícia, pediatria, clínica cirúrgica e clínica médica.



“Não tenho jornal, rádio e televisão como os Barbalho tem” iniciou o prefeito fazendo referência ao Grupo RBA, de propriedade da família do Governador. Em seguida, Zenaldo rebate críticas do grupo de que as obras da UPA do Jurunas estariam supostamente paradas.



Tanto o Prefeito, quanto o Governador, se articulam para viabilizar um nome para a disputa ao Palácio Antônio Lemos. Zenaldo, segundo a versão corrente, tenta emplacar a candidatura do Presidente da Câmara Municipal, vereador Mauro Freitas (DC), mas enfrenta dois obstáculos: a reprovação de seu partido, o PSDB, que já deixou claro que terá um candidato próprio (sendo o Deputado Federal Celso Sabino o nome mais cotado dentro do ninho tucano hoje, apesar da ala mais conservadora defender o nome do ex-governador Simão Jatene), e o alto índice de rejeição que o Prefeito acumulou durante seus dois mandatos (beirando 70%), tornando-o um Cabo eleitoral "pesado".

Do outro lado, o Governador Helder Barbalho, como tudo aponta, deverá ser o grande mediador do processo, e conta com uma considerável lista de nomes que pleiteiam seu apoio político, como o vice-prefeito de Belém Orlando Reis, a Secretária Estadual de Cultura Úrsula Vidal, o Deputado Federal Eder Mauro (que, caso entre no pleito, deve contar com apoio de Bolsonaro) e o Vice-governador do estado Lúcio Vale.

Em uma terceira via, já bastante conhecida pelo belenense, corre o deputado federal e ex-prefeito da capital paraense, Edmilson Rodrigues (PSOL), que mantém a liderança inicial observada nas pesquisas eleitorais dos últimos anos – inclusive na recém divulgada pela Rede Record Belém, aferida pelo Instituto Real Time Big Data –  mas que, claramente, possui um teto eleitoral.

Aliás, em falando no Deputado Edmilson, o clima político na capital paraense em muito lembra, guardadas as devidas proporções, a troca de farpas entre o ex-prefeito e o ex-governador Almir Gabriel, quando ambos estavam a frente dos executivos municipal e estadual, respectivamente.

Na esteira das eleições de 2000, após muitas trocas de acusações que antecederam a campanha, o então Governador Almir Gabriel declarou que a campanha para a reeleição do prefeito Edmilson Rodrigues foi a mais cara já realizada em Belém. E, por sua vez, o então prefeito Edmilson Rodrigues declarou que a campanha do seu oponente, Duciomar Costa, patrocinada extraoficialmente pelo governador Almir Gabriel, foi a mais cara já realizada em Belém.

Como já havia publicado anteriormente aqui, 2020 já chegou. E a movimentação dentro e fora dos bastidores políticos é intensa. Dentro deste ano restante para o pleito, muito ainda pode acontecer – ou até mesmo nada. 

Resta aguardar os próximos capítulos. A conferir.

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